sábado, 13 de outubro de 2012

Corinthians 1977 - Rumo ao Título (10)

Chegou o grande dia, ou melhor, a grande noite. Depois de 22 anos e oito meses, o Corinthians tinha tudo naquele 13 de outubro de 1977 para conquistar um título que seria inédito para toda uma geração de torcedores. Após uma vitória por 1 a 0 e uma derrota por 2 a 1 para a Ponte Preta, o Timão precisava só de mais dois pontos para garantir o título. Um empate no tempo normal e outro na prorrogação também servia, mas ninguém queria nem pensar na hipótese. Dar chance para o azar agora, sem chance. Meio ressabiada com a derrota no domingo anterior, a Fiel veio em menor número. "Apenas" 86 mil pagantes. A cidade vivia uma atmosfera que só se viu de novo n noite de 4 de julho de 2012, quando o Timão se preparava para a conquista da Libertadores. Sem Zé Eduardo e Palhinha, Osvaldo Brandão colocou em campo Ademir e Luciano. E mandou o time pra cima da Ponte. Logo no começo, Luciano acertou a tarve e, na volta, Geraldão chutou em cima de Polozzi, que quase marcou contra. Romeu ainda chutou uma bola raspando a trave direita de Carlos e Geraldão quase fez de bicicleta. Mas Rui Rei, centroavante da Ponte, resolveu dar um showzinho. Meteu a mão na bola, reclamou de falta e tomou um amarelo. Continuou xingando o árbitro Dulcídio Vanderlei Boschilia e foi expulso. Desesperado, ainda tentou levar alguém do Corinthians com ele. Mas o time estava ligado, não caiu na provocação e manteve-se incrivelmente calmo. No segundo tempo, apesar da pressão, o gol não saía. Foi quando Angelo meteu a mão na bola, bem na lateral da grande área. Zé maria cobrou a falta na cabeça de Basílio, que escorou de cabeça para Vaguinho acertar a trave. O lateral Wladimir emendou de cabeça em cima do zagueiro Oscar, que rebateu na direção de Basílio. A santa perna direita do pé de anjo meteu a bola no fundo da rede. Eram 36 minutos e 45 segundo do segundo tempo (22h10) daquela noite. A cidade soltou um daqueles gritos inesquecíveis. Nunca  ninguém tinha visto nada igual. Houve carnaval em cada rua, em cada bairro, em cada cidade do interior de São Paulo ou mesmo do Brasil, já que o jogo teve transmissão pela TV em rede.





A festa do título foi tão grande que até o Cascão, personagem de quadrinhos e tirinhas criado por Maurício de Souza, quase tomou banho. Foi uma promessa do pequeno corinthiano, que não se cumpriu. Durante quase dois meses, leitores escreveram para a Folha de São Paulo sugerindo um lugar para o banho, mas nada foi cumprido.

Num balanço parcial de incidentes feito pela Folha, foram detidas 600 pessoas durante a festa que varou a madrugada e foram contabilizados 13 mortos, por violência ou acidente. Na Bela Vista, um palmeirense tentou tirar o sarro de torcedores da ponte e teve parte da orelha arrancada a dentadas.

Manchete de jornais no dia seguinte:

Corinthians Campeão! É o grito de um povo! (Diário Popular)

Corinthians Campeão: o povo canta nas ruas (Folha da Tarde)

Campeão dos Campeões (Gazeta Esportiva)

Este título é nosso. É do povo. Ninguém rasga (Diário da Noite)

Corinthians é um só grito de alegria: campeão de 77 (Cidade de Santos)

Saravá, campeão (Coração)

Enfim, Corinthians (Última Hora-RJ)

Corinthians, um grito de amor no Brasil (Notícias Populares)

Corinthians campeão: acabou o sofrimento (Popular da Tarde)

Corinthians vence e leva 1 milhão de pessoas em carnaval às ruas (Jornal do Brasil-RJ)

Agora, o bi Corinthians (edição especial de Placar)

Campeão! O grito 22 anos depois(O Estado de S. Paulo)

Depois de 23 anos, Corinthians campeão (O Globo-RJ)

Corinthians, meu campeão (Jornal da Tarde)

Haja cachaça (Última Hora-SP)

Corinthians Campeão! Quebrou o encanto da manchete impossível (Jornal dos Sports-RJ)


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