quarta-feira, 18 de julho de 2012

Libertadores é só mais título ou é "O" título?

Passada a ressaca da brilhante conquista da Copa Libertadores da América pelo Coringão, nada melhor para começar as postagens desse blog tentando discutir o porquê de tanta festa. É importante conquistar títulos? Sim! A Libertadores, por ser uma competição internacional, traz ao vencedor um reconhecimento global? Claro! Dinheiro? Sem dúvida. Mas para entender a falta que essa taça fazia com a Fiel, é preciso voltar no tempo. E voltar muito. O Corinthians surgiu em 1910, como um time formado por operários e comerciantes, batizado em homenagem a ingleses do Corinthian Team, que em turnê por Rio e SP encantaram plateias que ainda estavam sendo introduzidas ao gosto do football. Mas o esporte cá no Brasil ainda era elitista, praticado por gente de bem em clubes como o Paulistano e o Germânia. O Corinthians varzeano quis entrar nesse seleto clube e os riquinhos formaram uma liga própria. E o Campeonato Paulista seguiu uns poucos anos com dois campeões a cada temporada, grosso modo um burguês e o outro popular. O Corinthians brigou e houve unificação das ligas. Esse é o aspecto principal: o Timão sempre brigou, para existir, para jogar, para ganhar, para se levantar de novo após cair. Bem, o futebol ficou uma coisa meio regional por décadas e o Corinthians foi soberano. Até chegar a viradas dos anos 50 para os 60. Somando más administrações ao surgimento de Pelé (e a concentração de títulos para o Santos), o Corinthinas foi ficando na fila de títulos, justamente quando o futebol começava a se nacionalizar. Mas o time brigava, lutava contra adversidades, caía e levantava de novo e essa mística atraía cada vez mais torcedores. O fim do jejum de taças regionais só veio em 1977, quando os rivais já acumulavam títulos nacionais. A nova obsessão passou a ser um campeonato brasileiro, que só veio em 1990, por meio do santo pe esquerdo do meia Neto. Passado mais esse obstáculo, os rivais olhavam de cima, como se dissessem: "ok, mas cadê o título internacional?". E a Libertadores passou a ser nosso objetivo e nosso tormento, nossa Moby Dick. A cada novo fracasso, o clube colocava o carro à frente dos bois, atropelava a lógica, criava vilões, aumentava o fantasma. Mesmo ganhar o Mundial da Fifa em 2000 não serviu para amenizar a falta que a taça continental fazia.Aí, resolveram pensar da forma correta. Para ganhar a Libertadores, é preciso acumular experiência na disputa, uma vez que ela exige uma classificação anterior. E o Corinthians começou a planejar melhor suas equipes para o Campeonato Brasileiro. Com isso, na primeira vez que disputou a Libertadores por três anos seguidos, ganhou. E agora, qual será nossa próxima meta? O que conquistar? Pra mim, qualquer título vale muito. Até o Paulista ou a Copa SP de Futebol Júnior. Aqui é Corinthians!